Todo mundo já ouviu falar nas “Sete Maravilhas do Mundo”. Foi uma lista feita na Antiguidade, atribuída ao grego Antípatro de Sídon que viveu por volta de 100 a.C. Ele teria viajado pela região do Mediterrâneo Oriental e escreveu sobre o que viu e ouviu falar das obras fabulosas construídas pelas civilizações que ali viviam. Assim, segundo ele, as Sete Maravilhas do Mundo eram: a Grande Pirâmide de Gizé, os Jardins Suspensos da Babilônia, a estátua de Zeus em Olímpia, o Templo de Artemis em Éfeso, o mausoléu de Halicarnasso, o farol de Alexandria e o Colosso de Rodes. Este último nem existia mais, teria sido destruído em um terremoto, mas muita gente ainda falava sobre ele.
Recentemente, os empresários suíços Bernard Weber e Bernard Piccard decidiram que era hora de renovar as Sete Maravilhas do Mundo e criaram uma lista das Novas Sete Maravilhas do Mundo. Lançaram a campanha em 2000 para que pessoas de todo mundo escolhessem os monumentos que deveriam ser incluídos. Foi uma pesquisa de popularidade, não baseada em critérios científicos, feita por votação na Internet e por telefone. Era possível dar votos múltiplos o que tornou o resultado final questionável. Muita gente criticou o fato da maioria das pessoas não terem acesso àquelas tecnologias na época, além do que eram cobradas taxas para votação por telefone.
Mas a campanha prosseguiu assim mesmo. Na primeira fase, havia 200 monumentos selecionados que, segundo os organizadores, foram votados por cerca de 20 milhões de internautas. Na segunda fase, um júri composto por sete arquitetos e, presidido pelo ex-diretor Geral da UNESCO Federico Mayor Zaragoza, selecionou 21 finalistas entre os 77 primeiros colocados.
A terceira e última fase, de janeiro de 2006 a junho de 2007, teve um total de 100 milhões de votos, dados por via Internet, telefone ou SMS – os únicos meios possíveis de votação.
No Brasil, a campanha Vote no Cristo contou com o apoio de empresas privadas e as operadoras de telefone deixaram de cobrar dos eleitores as chamadas telefônicas e as mensagens SMS para votar. Além disso, os principais patrocinadores corporativos, incluindo o Banco Bradesco e a Rede Globo, gastaram milhões de reais no esforço para que a estátua do Cristo Redentor fosse votada entre as sete primeiras.
O governo do Egito reclamou que a eleição era um absurdo, não tinha base científica ou oficial. Como resultado, as pirâmides de Gizé e a Esfinge foram removidas e declaradas como “maravilhas eternas do mundo”.
Em 7 de julho de 2007, as “Novas Sete Maravilhas do Mundo” foram anunciadas em Lisboa, no Estádio da Luz. São elas:
1. Chichén Itzá, México
Chichén Itzá é uma ruína arqueológica da civilização maia na península de Yucatán, no México. A arquitetura do local tem influências clássicas Puuc Maia e Tolteca. Sua construção foi iniciada no século VI d.C., tendo sido depois ampliada nos séculos VIII e XI. Tem 9 plataformas que atingem 30 metros de altura sobre uma base quadrada com 55,3 metros de lado. A pirâmide serviu de templo para o deus maia Kulkucán, a Serpente Emplumada.
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2. A Grande Muralha da China
A Grande Muralha da China é uma obra-prima da engenharia que inclui as enormes paredes maciças e fortificações construídas por trechos em diferentes épocas e usando técnicas diferentes de construção. A Grande Muralha foi iniciada durante o período dos Reinos Combatentes da Dinastia Zhou (c. 480-221 a.C.), mas foi o imperador da dinastia Qin, Shi-Huangdi que, em 220 a.C. mandou unir as varias seções construídas. Em construções posteriores, a Grande Muralha chegou à extensão de 6.260 quilômetros que atravessam montanhas e vales.
3. Cristo Redentor, Brasil
A monumental estátua de Cristo no monte Corcovado, no Rio de Janeiro tem 30 metros de altura e fica em um pedestal de oito metros de altura, cercada pelo Parque Nacional da Tijuca. Em estilo art déco, ela foi projetada pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa em colaboração com o engenheiro francês Albert Caquot. A construção da estátua começou em 1922 e planejada para marcar o centenário da independência do Brasil. No entanto, problemas de financiamento atrasaram as obras por quase dez anos, e a estátua só foi concluída em 1931 após o apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro, do Vaticano e do governo da França. Até 1981, foi a estátua de Cristo mais alta do mundo; atualmente é a sétima mais alta.
4. Coliseu de Roma
O Coliseu, obra do imperador romano Vespasiano, foi inaugurado em 21 de abril do ano 80 d.C. como um anfiteatro para jogos, incluindo gladiadores, batalhas navais simuladas e caçadas de animais e eventos espetaculares para o povo romano. Poderia acomodar até 50.000 pessoas sentadas em arquibancadas.
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5. Machu Picchu, Peru
A cidade inca Machu Picchu foi construída por volta de 1450 por ordem do governante inca Pachacuti Yupanqui. Ele lançou as bases para a expansão do poderoso império Inca e introduziu o culto do deus sol Inti. A enorme estrutura está localizada entre duas enormes montanhas e a uma altitude de 2.430 metros acima do vale do Urubamba.
A cidade era composta por 216 edifícios de pedra dispostos em terraços e conectados por um sistema de escadas, com pequenas aberturas de drenagem de água embutidas nas paredes.
6. Petra, Jordânia
O sítio arqueológico de Petra foi capital do Império Nabateu, o primeiro império árabe da História. A cidade começou seu crescimento no século III a.C. atingindo o apogeu durante o reinado de Aretas III (87-62 a.C.) Após a morte do rei, o império tornou-se vassalo de Roma, mas permaneceu internamente autônomo e conseguiu manter sua independência por quase duzentos anos. A cidade continuou a prosperar e seus edifícios se tornaram cada vez mais monumentais. Estima-se que Petra tinha cerca de 30.000 a 40.000 habitantes naquela época.
Na época de Aretas IV (9 a.C. a 40 d.C.), foi construído o edifício mais famoso de Petra, o Khazne al-Firaun, esculpido no penhasco de pedra vermelha, com quase 40 metros de altura e 25 metros de largura. Em estilo helenístico, era chamado “Tesouro do Faraó” pelos beduínos.
7. Taj Mahal, Índia
O mausoléu Taj Mahal, em Agra, na Índia, foi construído a pedido do imperador mogol Shah Jahan no século XVII em memória de sua esposa e rainha Mumtaz Mahal, que morreu em 1631, aos 38 anos ao dar à luz o 14º filho.
A requintada estrutura arquitetônica foi concluída em 1648. Situado em uma plataforma quadrada de 96 metros de lado e 5 metros de altura, o edifício é inteiramente recoberto de mármore branco, por dentro e por fora. No interior estão os túmulos de Mumtaz Mahal e Shah Jahan, que faleceu em 1666, aos 74 anos.
As fachadas externas, assim como os túmulos internos, são decoradas com relevos e incrustações de mámore policromado com motivos florais coloridos como lírios, rosas e outras flores, e também inscrições com passagens do Alcorão em mármore preto sobre fundo branco. O requinte da decoração inclui a incrustação, no mármore de 28 tipos de gemas e pedras preciosas entre elas turquesa trazidas do Tibete, lápis-lazúli do Afeganistão, safiras do Ceilão, carnelia da Arábia, jaspe do Punjab e jade da China.
Gostou da lista das Sete Novas Maravilhas do Mundo?
Muitas obras fabulosas ficaram de fora, entre elas:
- Stonehenge, Inglaterra
- Acrópole de Atenas, Grécia
- Palácio de Alhambra, Espanha
- Hagia Sofia, na Turquia
- Kremlin, Praça Vermelha e Catedral de São Basílio, Rússia
- Tombuctu, Mali
- Templo Borobundur, Indonésia
- Capela Sistina, Vaticano
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