O que você sabe sobre a Segunda Guerra Mundial?

O objetivo da Conferência de Munique era discutir o futuro da Tchecoslováquia, ameaçada pela Alemanha que reivindicava a região tcheca onde viviam cerca de 3 milhões de pessoas de língua alemã. O acordo deu à Alemanha os Sudetos, região industrializada da Tchecoslováquia, e o controle efetivo do resto do país, desde que Hitler prometesse que esta seria sua última reivindicação territorial. Não foi, contudo, o que aconteceu. Em 10 de março de 1939, Hitler ordenou a invasão do resto da Tchecoslováquia. Por isso, os tchecos chamam a Conferência de “Traição de Munique”.

O Pacto Germano-Soviético ou Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado em agosto de 1939, era um tratado de não agressão entre a Alemanha Nazista e a União Soviética em que ambas nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Em dois protocolos secretos, os dois governos decidiram, entre outros acordos, a divisão da Polônia e a partilha dos territórios da Europa oriental.

Em 1º de setembro de 1939, após um incidente arranjado pelos alemães na fronteira polonesa, Hitler ordenou a invasão da Polônia. Imediatamente, as guarnições polonesas em Danzig (atual Gdansk) foram bombardeadas pelo encouraçado alemão SMS Schleswig-Holstein. Empregando a tática da guerra relâmpago, os alemães rapidamente quebraram as linhas defensivas dos poloneses, iniciando o cerco a Varsóvia no dia 10. A França e o Reino Unido exigiram a retirada alemã e, diante da negativa, declararam guerra à Alemanha dando início à Segunda Guerra Mundial.

Blitzkrieg ou guerra relâmpago era uma operação de guerra baseada em três elementos simultâneos: o efeito-surpresa, a rapidez da manobra e a brutalidade do ataque. Para isso, a infantaria, os blindados e a aviação agiam conjuntamente para desmantelar as linhas inimigas.

A palavra blitzkrieg entrou no vocabulário de diversas línguas; no Brasil, originou o termo “blitz” para chamar a operação policial surpresa, em geral voltada à fiscalização do trânsito em vias públicas.

Ao assumir o poder, em 1933, Hitler considerou os judeus como inimigos do Estado e tirou-lhes a nacionalidade alemã. Em 1935, implantou leis de segregação racial e proibiu casamentos entre judeus e arianos como forma de preservar a “pureza racial ariana”. Durante a guerra, a situação dos judeus piorou ainda mais com os guetos e os campos de concentração. Em 1941, foi aplicada a “solução final”, isto é, o plano de aniquilação total do povo judeu.

Não houve premiação do Nobel da Paz entre 1939 e 1943. O prêmio voltou a ser concedido em 1944, recebendo-o o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O jornalista alemão, Carl von Ossietzky recebeu o Nobel da Paz, em 1935 – fato que irritou Hitler, pois o jornalista havia sido condenado na Alemanha por sua forte oposição ao nazismo. Em represália, Hitler proibiu que todos os alemães aceitassem qualquer Nobel. Richard Kuhn (Nobel de Química, 1938), Adolf Butenandt (Nobel de Química, 1939) e Gerhard Domagk (Nobel de Medicina e Fisiologia, 1939) foram obrigados a rejeitar o prêmio. Mas receberam seus diplomas e medalhas anos mais tarde.

Depois de ocupar a Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Luxemburgo e Bélgica, o alvo seguinte dos nazistas foi a França. Os alemães entraram no território francês através da Bélgica, desviando da Linha Maginot, o principal sistema de defesa da França. Após derrotar as tropas francesas e inglesas em Dunquerque, no norte da França, o exército alemão entrou vitorioso em Paris, em junho de 1940.

A Batalha da Inglaterra foi travada entre as forças aéreas da Alemanha nazista (Luftwaffe) e a britânica (RAF – Royal Air Force). Hitler dispôs nessa frente os modernos caças Messerschmitt (Me 109), mais rápidos do que os caças britânicos Supermarine Spitfire, porém, com menor autonomia de voo, obrigando-os voltar à França para reabastecer, o que dava tempo à RAF de se restabelecer. Os britânicos contavam com uma nova tecnologia na área militar, o radar, que poupava os aviões ficarem voando em função de ronda. A decisão da rainha Elizabeth em permanecer no país rejeitando a oferta de asilo político e a resistência nacionalista do primeiro-ministro Winston Churchill ajudaram a manter o moral da população britânica alto.

Sob o nazismo, os campos de concentração foram usados como parte de uma estratégia de eliminação de grupos étnicos e dissidentes políticos. Para eles foram enviados judeus, eslavos, minorias nômades como sintis ou sindi (ciganos) e yeniches, negros, anarquistas, comunistas, homossexuais e minorias religiosas como Testemunhas de Jeová.

A expressão Arbeit macht frei, que significa "o trabalho liberta", estava na entrada de vários campos de extermínio, como em Auschwitz (foto), na Polônia. A inscrição foi feita por prisioneiros e foi erigida por ordem dos nazistas em junho de 1940. A expressão fora adotada em 1928 pelo governo da República de Weimar como um lema que exaltava os efeitos do programa de grandes obras públicas que tinha como objetivo acabar com o desemprego. O uso da frase continuou quando o Partido Nazista chegou ao poder, em 1933.

O ataque a Pearl Harbor, no Havaí, foi uma operação aeronaval executada de surpresa pelo Japão contra a frota dos Estados Unidos. Os aviadores japoneses concentraram-se nos navios de superfície, poupando outros alvos. O ataque atingiu 21 encouraçados e 347 aviões matando cerca de 2.403 pessoas e ferindo outras tantas. Contudo, nenhum dos nove submarinos foi alvejado. As oficinas de reparo não foram atingidas, permitindo que a recuperação de diversos navios danificados iniciasse imediatamente. O parque de tanques de combustível tampouco sofreu danos relevantes.

Kamikaze, “vento divino” em japonês, era o nome dado aos pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra navios dos aliados. Os voluntários, entre os quais numerosos estudantes, recebiam uma instrução básica de pilotagem e faziam um estágio de uma semana. Os suicidas recebiam uma preparação mental para que tivessem perfeita lucidez, paz de espírito e autocontrole. O maior treino era manter os olhos abertos até o "encontro" com o alvo, pois uma pequena distração poderia provocar o fracasso. Cerca de 2.525 pilotos morreram nesses ataques, causando a morte de 4.900 soldados aliados. Diferente dos “homens-bombas” de hoje, os Kamikazes nunca atingiam alvos civis. Os Kamikazes são considerados, pela religião Xintoísta, espíritos guardiões da Pátria.

A operação aliada que iniciou a libertação da França, no chamado Dia D (6 de junho de 1944), chamava-se Operação Overlord e Operação Netuno. Naquele dia, os aliados desembarcaram nas praias da Normandia cerca de 160 mil homens conduzidos por mais de 5 mil navios. A operação prosseguiu nos dias seguintes e, até o final de agosto, mais de 3 milhões de soldados aliados estavam na França e o país libertado do domínio nazista. Na véspera da investida, senhas especiais foram divulgadas pelas rádios, entre elas, “Mickey Mouse”. Outras senhas foram os acordes iniciais da Quinta de Beethoven e os versos do poema de Paul Verlaine: Les sanglots longs des violons de l’automne blessent mon coeur d’une langueur monotone (“Os soluços longos dos violinos do outono ferem meu coração com um langor monótino”).

O pacto, assinado em agosto de 1939, durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético pela Operação Barbarossa. Considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, quando 4,5 milhões de soldados alemães invadiram a União Soviética numa frente de 2900 km, utilizando 600.000 veículos e 750.000 cavalos. O nome foi devido ao rei Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, um dos líderes da Terceira Cruzada, no século XII.

Brasil declarou guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista em agosto de 1942. Mas o país não tinha uma força militar pronta para enviar à frente de combate. Com uma população rural e em grande parte analfabeta, e sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional para sustentar o esforço de guerra exigido pelo conflito, o país levou tempo para preparar suas tropas. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) teve sua criação protelada por um ano após a declaração de guerra e, somente em julho de 1944, teve início o transporte do primeiro contingente rumo ao front. Cerca de 25 mil homens, de um total inicial previsto de 100 mil, foram enviados à frente de batalha. Estima-se que cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.

Por sua posição estratégica, Natal foi escolhida para receber as duas principais bases militares norte-americanas durante a Segunda Guerra: a Base Naval e a Parnamirim Field, na época a maior base da Força Aérea dos Estados Unidos em território estrangeiro. Os aviões norte-americanos abasteciam em Natal para fazer a travessia do Atlântico rumo à frente de combate, daí o apelido “Trampolim da Vitória” da cidade. Natal recebeu cerca de 10 mil soldados norte-americanos – um enorme contingente para uma cidade que possuía 55 mil habitantes, e que exerceu forte influência cultural sobre aquela população.

O cerco de Leningrado imposto pelos nazistas, durou 872 dias, de 1941 a 1944. A cidade havia sido tomada pelos alemães durante a Operação Barbarossa, mas a população ofereceu feroz resistência e Hitler ordenou que ela fosse impedida de receber alimentos, remédios, carvão e combustível e, com isso, morresse de fome e frio. Calcula-se de 1,2 milhões de pessoas morreram. A batalha de Stalingrado (julho de 1942 a fevereiro de 1943) é considerada a mais sangrenta batalha da História vitimando cerca de 2 milhões de soldados e civis. A batalha foi o ponto de virada da guerra na frente oriental, a partir de onde o Exército Vermelho empurrou as forças alemãs de volta a Berlim.

Iwo Jima, pequena ilha japonesa, foi palco do primeiro confronto dos norte-americanos em território japonês. A batalha ainda estava em curso quando os fuzileiros ergueram a bandeira no ponto mais alto da ilha (23 de fevereiro de 1945). O fotógrafo americano Joe Rosenthal fez o registro. Ainda levariam cinco semanas de combate até a vitória final que matou 7 mil soldados americanos e 22 mil japoneses, mas a fotografia já estava consagrada como símbolo da vitória norte-americana na Segunda Guerra e ganhou o Prêmio Pulitzer de Fotografia.

Enola Gay foi o nome dado ao bombardeiro B-29 que lançou as bombas atômicas no Japão em agosto de 1945. O nome foi dado pelo piloto em homenagem à sua mãe Enola Gay Tibbets. A primeira bomba atômica lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto, era apelidada de Little Boy. O mesmo avião participou do segundo ataque atômico em 9 de agosto para o alvo inicial de Kokura. No entanto, nuvens e fumaça fizeram com que o alvo fosse mudado para a cidade de Nagasaki sobre a qual foi lançada a bomba apelidada de Fat Man.