O que você sabe sobre África Antiga e Pré-Colonial?

Sorgo, tamareira, papiro, painço ou milhete são nativas da África, as demais vieram de outros continentes. Desde tempos remotos, os contatos entre africanos e povos da Indonésia e Oriente Médio favoreceram a introdução de várias espécies vegetais na África entre as quais: bananeira, grande inhame, taro, coqueiro, cana-de-açúcar, trigo, cevada, lentilha e linho. Em tempos mais recentes, a América deu à África o amendoim, a mandioca, o milho e a batata-doce.

O reino de Cuxe ou Kush, nasceu na Núbia, ao sul do Egito. Sua história esteve ligada, desde cedo ao Egito Antigo que dali recebia grande quantidade de ouro, marfim, ébano, peles de leopardo, ovos e plumas de avestruz, além de gado e escravos.

Por quase cem anos, Egito e Cuxe foram um Estado unificado, governado por faraós cuxitas, de origem núbia. A dinastia começou quando Piye, rei de Cuxe, investiu contra os assírios que ocupavam o Egito, derrotando-os em Tebas, e sendo aclamado faraó. Piye foi sucedido por Shabaka (Pepi II) e este por Taharqa – que continuaram enfrentando as investidas dos assírios

O uso de ferro, na fundição e na forja para ferramentas, aparece na cultura Nok em pelo menos 550 a.C. e teria sido desenvolvido localmente sem influência externa. Estudos linguísticos recentes sugerem que a fundição de ferro, na cultura Nok, pode ter sido ainda mais antiga, por volta de 1000 a.C.

Candace era um título atribuído a uma espécie de dinastia de rainhas guerreiras que detinham o poder do reino de Méroe. Conhece-se o nome de duas: Amanirenas e Amanishaketo, em cujas pirâmides foram encontrados tesouros fabulosos em joias e armas.

Leptis Magna, na atual Líbia, foi uma próspera cidade do Império Romano na África. Ganhou importância durante o reinado do imperador Tibério tornando-se a terceira cidade mais importante da África. Durante o reinado de Septímio Severo, atingiu o auge com um amplo programa de obras que inclui edifícios públicos, um porto, um mercado, armazéns, lojas e bairros residenciais.

Axum foi sede de um dos estados mais poderosos da região entre a Pérsia e o Império Romano do Oriente, cujo poder estendeu-se do século I ao XIII.Em seu apogeu, Axum dominava a atual Etiópia, o sul do Egito, parte da Arábia e o sul do atual Iêmen. No século IV, o rei Ezana converteu-se ao cristianismo tornou-o a religião oficial do reino. Na mesma época, o imperador Constantino adotava o cristianismo pondo fim à perseguição aos cristãos.

O reino de Gana (séculos IV a XIII), o império de Mali (XIII a XV) e o de Songai (XV a XVI) foram poderosos Estados negros da região do Sahel. A história dos três se sobrepõem com as conquistas: Gana foi incorporado ao Império Mali e este, mais tarde, caiu sob domínio de Songai.

Mansa Mussá ou KankuMussá (“mansa” é título real, significando “chefe supremo”) governou o Mali de 1312 a 1332. Em sua legendária peregrinação a Meca (ele era muçulmano), parou no Cairo onde distribuiu generosamente o ouro que transportava provocando com isso sérios danos à economia local e atraindo, para a África, a cobiça de europeus e asiáticos.

Tombuctu, próxima ao rio Níger, tornou-se um importante centro comercial, militar e intelectual no Império do Mali atingindo seu apogeu no Império Songai. Suas bibliotecas, mesquitas, escolas para o estudo do Corão (madrassas) e a Universidade de Sankoré atraíam juízes, médios e sábios do mundo islâmico. Durante centenas de anos, Tombuctu foi habitada por muçulmanos, cristãos e judeus, sendo um centro de tolerância religiosa e racial.

A história de Benin começou por volta de 1200, mas foi no governo de Ewuare, entre 1440 e 1473, que a cidade atingiu seu apogeu. O palácio do obá (rei), composto por numerosas construções, tinha colunas de madeira recobertas de placas de bronze com figuras em relevo de guerreiros, ritos, batalhas e caçadas.

A origem do Reino do Congo remonta ao século XIII quando foi fundada uma povoação pelos bantos. A partir de um certo momento, liderados pelo “manicongo”, o Senhor do Congo, eles iniciam uma bem-sucedida campanha de conquistas em várias direções. No princípio do século XV, o “manicongo” tinha sob sua autoridade, entre outros, os reinos de Ngoyo, Kakongo, Luango etc., e o reino estendia-se do atual Gabão até o atual território de Angola.

O território africano é pobre em sal e daí o sal ser uma mercadoria valiosa em muitas regiões da África. O comércio do sal teve um importante papel na história africana, movimentou economias, fundou cidades, enriqueceu reis e provocou guerras entre as nações. O mais importante centro de mineração de sal foi Taghaza, localizada no norte do atual Mali, em uma região desértica.