1. “A terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados (…) E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”
- a) Tomé de Sousa em ofício ao rei de Portugal.
- b) Pedro Álvares Cabral relatando a descoberta do Brasil.
c) Pero Vaz de Caminha em carta a D. Manuel.
O trecho faz parte da longa carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão oficial da frota de Cabral, para o rei D. Manuel, em 1º de maio de 1500 exaltando a terra e os recursos naturais da ilha de Vera Cruz, primeiro nome dado ao Brasil.
2. “Se El-Rei determinar povoar mais esta terra, é necessário que venham muitas mulheres órfãs e de toda qualidade, até meretrizes, porque há aqui várias qualidades de homens.”
a) Padre Manuel da Nóbrega- b) Martim Afonso de Sousa
- c) Tomé de Souza
Padre Manuel da Nóbrega (1517-1570), jesuíta português, em carta ao rei D.João III em 1550, solicitando o envio de portuguesas para evitar que os colonos portugueses continuassem se unindo a mulheres indígenas esquecendo-se das obrigações do matrimônio.
3. “Não existe pecado do lado de baixo do Equador.”
- a) Chico Buarque de Holanda, na canção para a peça teatral Calabar.
- b) Padre Antônio Feijó, em justificativa aos seus superiores.
c) Gaspar Barleus, explicando os costumes brasileiros.
A frase foi usada pelo humanista Gaspar Barleus (1584-1648) em um relato sobre a experiência holandesa no Brasil. A carta, feita a pedido de Nassau, tentava explicar a lassidão moral e os desmandos nos trópicos. A expressão foi retomada por Sérgio Buarque de Holanda em sua obra “Raízes do Brasil” e, mais tarde, transposta para a canção de autoria de seu filho Chico Buarque e de Ruy Guerra.
4. “Dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria ao Brasil.”
a) Tiradentes- b) Frei Caneca
- c) Cláudio Manuel da Costa
Frase é supostamente atribuída a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, após ouvir sua condenação à morte por enforcamento, que ocorreu em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Outros relatos afirmam que ele teria dito “Cumpri minha missão, morro com a liberdade” ou, ainda, “seja rápido” para o carrasco.
5. “Não corram tanto! Pensarão que estamos fugindo!”
- a) Zumbi, diante do ataque contra o Quilombo dos Palmares.
- b) Antônio Conselheiro, durante a Guerra de Canudos.
c) Rainha D.Maria I, a Louca, no embarque da família real para o Brasil.
A frase é atribuída a D.Maria I, a Louca, quando a família real portuguesa, em dezembro de 1807, retirava-se às pressas de Lisboa para o Brasil, devido à invasão das tropas francesas.
6. “Põe a coroa sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela.”
- a) D. Pedro I para seu filho no momento da abdicação.
b) D. João VI para seu filho, Pedro de Alcântara.- c) D. Pedro II para seu herdeiro antes de partir para Guerra do Paraguai.
Frase atribuída a D. João VI para seu filho primogênito, D. Pedro de Alcântara, alertando-o de quantos cobiçavam o poder. O rei estava, então, retornando a Lisboa, em 25 de abril de 1821, e deixava seu filho como príncipe regente do Brasil.
7. “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Digam ao povo que eu fico.”
a) D. Pedro de Alcântara, ao decidir não obedecer as ordens das Cortes.- b) D. Pedro I, imperador do Brasil, no Dia do Fico.
- c) D. Pedro II, ao assumir o trono após o retorno do rei a Portugal.
A frase foi dita por D. Pedro de Alcântara (1798-1834), príncipe regente do Brasil, diante do abaixo-assinado contendo milhares de assinaturas pedindo que não retornasse a Portugal como era exigido pelas Cortes Portuguesas. O fato ficou conhecido como Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822.
8. “Desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro.”
- a) José Bonifácio
b) D. Pedro II- c) D. João VI
A frase foi escrita pelo imperador D. Pedro II em seu diário revelando que sua vocação estava nos estudos e na ciência e não na vida política (Lilia Moritz Schwarcz, “As barbas do imperador”, Companhia das Letras, 1999.)
9. “O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem.”
- a) Francisco Matarazzo, empresário e industrial do século XX.
- b) Joaquim Nabuco na inauguração da primeira ferrovia do Brasil.
c) Barão de Mauá, empresário e industrial do século XIX.
Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá (1813-1889), propagava o pensamento liberal no país. Deve-se a ele a primeira ferrovia no Brasil, o primeiro telégrafo, a primeira iluminação a gás, a primeira navegação a vapor no Amazonas e a primeira linha de bondes puxados por burros no Rio de Janeiro.
10. “Então, senhor Cotegipe?… Ganhei ou não ganhei a partida?”
- a) Marquesa de Santos em jogo de cartas no palácio imperial.
- b) Imperatriz Leopoldina ao jurar a Constituição de 1824.
c) Princesa Isabel ao assinar a Lei Áurea.
Frase dita pela Princesa Isabel ao Barão de Cotegipe que tentou convencê-la dos grandes riscos que a extinção da escravidão causaria ao país e à monarquia. A princesa, contudo, sem lhe dar ouvidos, sancionou a abolição em 13 de maio de 1888, ocasião em que teria dito, orgulhosa e satisfeita, essa frase ao barão.
11. “Vossa Alteza redimiu uma raça, mas perdeu o trono.”
a) Barão de Cotegipe à princesa Isabel.- b) José Bonifácio à imperatriz Maria Leopoldina.
- c) Barão do Rio Branco à imperatriz Tereza Cristina.
Resposta do Barão de Cotegipe à princesa Isabel após a sanção da Lei Áurea prevendo que o descontentamento dos fazendeiros e políticos conservadores com o governo imperial iria fortalecer o movimento republicano. De fato, meses depois, a República foi implantada.
12. “Ou o Brasil destrói a saúva, ou a saúva destrói o Brasil.”
a) Saint’ Hilaire, botânico que estudou a fauna e a flora brasileira.- b) Chico Mendes em denúncia sobre a devastação da floresta amazônica.
- c) Policarpo Quaresma, personagem da obra de Lima Barreto.
Frase dita pelo botânico francês Augusto de Saint’Hilaire que durante seis anos (1816-1822) viajou pelo interior do Brasil coletando amostras de plantas, aves, insetos e répteis. Constatou os danos causados pelas saúvas à lavoura. Em 1911, em “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, Lima Barreto narra um ataque de saúvas que destrói a utopia rural de seu personagem. Em 1928, Mário de Andrade colocou na boca de Macunaíma: “Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”. Em 1935, Getúlio Vargas lançou uma campanha contra a formiga sob o lema “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
13. “Eu proporia que se substituísse todos os capítulos da Constituição por artigo único: o brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara.”
- a) Rui Barbosa.
b) Capistrano de Abreu.- c) Prudente de Morais.
O cearense Capistrano de Abreu (1853-1927) foi um dos primeiros grandes historiadores do Brasil fez esse comentário logo após a proclamação da República. A atual Constituição Brasileira tem 350 artigos e ainda centenas de parágrafos, incisos e emendas.
14. “Impossível governar com este Congresso. É mister que ele desapareça para a felicidade do Brasil.”
- a) General Médici na decretação do AI-5, em 1968.
- b) Getúlio Vargas na implantação da ditadura do Estado Novo.
c) Marechal Deodoro da Fonseca diante das tensões de seu governo.
A frase foi dita por Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente da República Brasileira, justificando a tentativa de dissolução do Congresso Nacional, em novembro de 1891 o que acabou levando à sua renúncia.
15. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.”
- a) Monteiro Lobato, em sua obra “Jeca Tatu”.
b) Euclides da Cunha, em sua obra “Os Sertões”.- c) Aluísio de Azevedo, em sua obra “O Mulato”.
A frase foi escrita por Euclides da Cunha em sua obra “Os sertões” (1902) sobre a Guerra de Canudos que ele acompanhou como jornalista. A sentença, normalmente repetida como forma de elogio, era a marca de uma mistura de cientificismo e preconceito racial. Para Euclides da Cunha, a mestiçagem enfraquecia o indivíduo e implicava uma perda de identidade.
16. “Infelizmente, no Brasil subtrai-se; somar, ninguém soma. “
- a) Luis Carlos Prestes em defesa do trabalhador rural.
b) Monteiro Lobato referindo-se à devastação causada pelas queimadas.- c) João Goulart denunciando a miséria da população rural.
A frase foi escrita por Monteiro Lobato, em um trecho da obra “Urupês” (1918) em que ele compara o fogo das queimadas com o fogo da guerra. Lobato enumera os prejuízos para o solo que o fogo, destruidor e descontrolado, pode causar.
17. “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”
a) Getúlio Vargas em sua carta-testamento.- b) João Goulart anunciando seu exílio político.
- c) Jânio Quadros em sua renúncia à Presidência.
Frase escrita por Getúlio Vargas, presidente do Brasil, em sua carta-testamento encontrada após seu suicídio em 1954. Em seu segundo mandato, Getúlio enfrentava uma grave crise política que acabou levando a esse trágico desfecho.
18. “Rouba, mas faz”.
- a) Paulo Maluf em campanha para governador.
- b) Fernando Collor em campanha para presidente.
c) Adhemar de Barros em seus comícios políticos.
O bordão surgiu na década de 1950 entre os cabos eleitorais do político paulista Adhemar de Barros (1901-1969) que o repetiam para neutralizar as acusações dos adversários de que ele era ladrão. Insistindo que Adhemar era um fazedor de obras, apesar de roubar, criava-se a ideia de que o roubo fazia parte da política. O lema entrou para o folclore político brasileiro.
19. “Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo”
a) General João Baptista Figueiredo.- b) General Costa e Silva.
- c) José Sarney.
A frase foi dita por João Baptista Figueiredo indicado, naquele ano de 1978, para suceder Ernesto Geisel na Presidência. Diante de seu grande apreço pelos cavalos, um repórter lhe perguntou se o futuro presidente gostava do “cheiro do povo” ao que Figueiredo deu a resposta acima. Os comentários autoritários e preconceituosos de Figueiredo ficam registrados na grande imprensa, como: “A solução para as favelas é jogar uma bomba atômica”. “Eu cheguei (a Salvador) e as baianas já vieram me abraçando. Ficou um cheiro insuportável, cheguei no hotel tomei 3, 5, 7 banhos e aquele cheiro de preto não saía” (entrevista ao jornal “O Globo”, pouco antes de falecer e publicada em outubro de 1999).
20. “Minha gente! Não me deixem só! Eu preciso de vocês.”
- a) Eduardo Cunha ao ser afastado da presidência da Câmara.
b) Fernando Collor de Mello no processo de impeachment.- c) José Dirceu ao ser condenado.
Frase dita por Fernando Collor de Mello em pronunciamento na televisão, em 1992, durante o processo de impeachment, negando envolvimento com o esquema PC (sigla referente a Paulo César Farias, famoso por atuar como chefe de campanha de Collor e por seu envolvimento no escândalo de corrupção).
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