ESTADOS UNIDOS: DA EXPANSÃO ECONÔMICA À CRISE DE 1929 (resumo)
A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) permitiu que os Estados Unidos acumulassem capital nos três primeiros anos de guerra. O país tornou-se credor dos países europeus e iniciou a década de 1920 como potência econômica e política mundial.
1. Prosperidade dos Estados Unidos
- Abundância de matéria prima como carvão e petróleo.
- Domínio do mercado internacional pois não tinha a concorrência dos países europeus (devastados pela guerra).
- Expansão da indústria petrolífera na Califórnia, Oklahoma e Texas.
- Produção industrial em forte crescimento.
- Mudanças nas fábricas: produção em série e incremento da linha de montagem (favorecem a redução dos preços).
- Pioneiro das mudanças: Henry Ford, criador do Ford Modelo T.
2. Consumo em massa
- Fatores: redução dos preços, aumento do crédito, facilidade de pagamento (em prestações).
- Maciça propaganda (revistas, jornais e rádio) estimula o consumo da classe média.
- Surgem os eletrodomésticos: aspirador de pó, geladeira, fogão elétrico ou a gás, máquina de lavar roupa etc.
- Expansão do rádio e telefone.
- Ford Modelo T: redução do preço e vendas parceladas popularizam o carro.
- Lazer em massa: cinema, esporte profissional, grandes espetáculos etc.
3. Mulher da década de 1920
- Direito de votar e ser votada (lei de 1920, nos Estados Unidos).
- Novo padrão de beleza: cabelos curtos, maquiagem forte, vestidos decotados e na altura dos joelhos, meias da cor da pele.
- Novo comportamento social: fumar em público, ir à praia de maiô inteiriço, dirigir seu próprio carro, falar sobre sexo etc.
- Dança da década: charleston, com movimentos rápidos de pernas e braços.
- Música da década: jazz, ritmo afro-americano nascido em New Orleans.
4. Política econômica liberal
- O governo não intervém na economia e não regula o mercado. Por isso, nada fez quando começaram a surgir sinais de alerta:
- Superprodução industrial e agrícola (maior ainda com a diminuição das exportações devido a recuperação econômica da Europa).
- Saturação do mercado interno (maior oferta que procura).
- Aumento dos estoques industriais e agrícolas.
- Endividamento dos produtores e consumidores.
- Empresas diminuem a produção e começam a demitir trabalhadores.
- Especulação na Bolsa de Valores: venda de ações com valores superiores ao lucro real das empresas.
5. Crash da Bolsa de Valores de Nova York (outubro de 1929)
- “Quinta-feira negra” (24/10/1929): queda das ações e acionistas correm para vender suas ações derrubando mais os preços.
- “Terça-feira negra” (29/10/1929): as ações não valem mais nada.
- Sucessão de falências: comércio, indústrias, bancos e empresas agrícolas.
- Demissão em massa de trabalhadores: miséria e fome.
- Queda do consumo: ruína de comerciantes e industriais.
6. Efeitos mundiais do crash da Bolsa*
- Estados Unidos cortam suas importações, empréstimos e investimentos no exterior.
- Interrupção de obras e serviços nos países europeus e latino-americanos.
- Crescem os estoques de produtos não vendidos (caso do café, no Brasil).
- Queda do consumo e dos preços dos produtos estocados.
- Fechamento de fábricas, lojas e escritórios.
- Demissão de trabalhadores e agitações sociais (greves, manifestações etc.)
- Derrocada financeira dos países.
7. Fim do liberalismo econômico
Os Estados assumem a direção da economia e das questões sociais e determinam:
- Leis protecionistas contra produtos e capitais estrangeiros.
- Assistência aos desempregados e criação de seguro-desemprego.
- Implantação do salário mínimo e regulação do trabalho (jornada, descanso remunerado etc.)
- Pagamento de subsídios a pequenos produtores.
- Execução de obras públicas para gerar emprego.
- Destruição de estoques de produtos perevíceis.
(*) Os efeitos da crise 1929 perduraram quase toda década de 1930. Foi a maior crise do capitalismo e, em muitos países, as pessoas perderam a confiança na democracia liberal e tornaram-se favoráveis às ditaduras e ao fascismo.