Termo em francês (em tradução literal, “sem calção”) para chamar os grupos urbanos, especialmente parisienses, constituídos por republicanos radicais e que participaram ativamente da Revolução Francesa. O termo, de conotação pejorativa, foi dado pelos aristocratas aos manifestantes populares por vestirem calça comprida folgada de algodão grosseiro, diferente da nobreza que usava o culotte, uma bermuda justa e apertada na altura do joelho, símbolo do traje da nobreza.
Os sans-culottes defendiam a democracia direta, ou seja, sem intermediários (deputados), a taxação dos gêneros alimentícios, o aumento de salários, a punição dos especuladores e a execução dos contrarrevolucionários.
Eles se distinguem por sua linguagem, seus modos, sua simplicidade, seus símbolos e, em especial, por suas roupas. Suas calças listradas de azul e branco e o gorro frígio vermelho (símbolo da liberdade) tornaram-se o traje símbolo de protesto, usado por advogados, comerciantes, artesãos, burgueses enfim por todos aqueles que se apresentavam como “patriotas”.
A entrada dos sans-culottes na política e nos rumos da revolução coincidiu com o início da República (Agosto de 1792) que estabeleceu o sufrágio universal masculino, pondo fim ao voto censitário masculino da Constituição de 1791. Sua participação foi decisiva durante a Convenção e o Terror: grande parte das medidas tomadas nesse período foram devidas à pressão deles.
O radicalismo dos sans-culottes e os excessos do Terror conduziram ao declínio do grupo. Em 1794, com a queda de Robespierre, os sans-culottes perderam seu poder e o grupo desaparece.
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