O QUE É... Sionismo e sionista

Sionismo é o movimento em defesa à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel. Sionista designa todos aquele que é fiel à ideologia do sionismo.

O termo deriva do termo hebraico Sion, nome de uma colina da Terra Santa onde existiu uma fortaleza com o mesmo nome e que se tornou sinônimo de Jerusalém.

O sionismo ganhou força no final do século XIX, em especial entre os judeus da Europa Centro-Oriental (romenos, russos, poloneses e outros) e preconizava a imigração de judeus de diversos países para a Palestina onde seria criada a Nova Sião.

A aspiração sionista começou a se tornar real depois das perseguições que os judeus da Rússia sofreram em 1882. Foram fundadas na Palestina (então sob domínio do Império Otomano) colônias judaicas em grande parte subvencionadas pelo banqueiro barão Edmond de Rothschild.

Pela mesma época, o banqueiro barão Moritz von Hirsch fundou a Associação de Colonização Judaica (1891) e patrocinou a imigração judaica em larga escala para o Brasil e a Argentina onde criou colônias agrícolas e promoveu a educação judaica.

O movimento sionista ganhou base teórica com o livro O Estado Judeu (Der Judenstaat), do jornalista Theodor Herzl, publicado em 1896. A obra tornou-se o livro-propaganda do sionismo que logo ganhou a solidariedade de várias personalidades. Herzl defendia que o problema do antissemitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabelecer num estado nacional independente.

Logo após o primeiro congresso sionista, realizado em Basileia em 29 de agosto de 1897, foi criada a Organização Sionista Mundial, tendo Herzl como presidente. Em 1901, foi criado o Fundo Nacional Judaico para a compra de terras na Palestina. A partir de então foi crescente o número de judeus que migraram para a Palestina (que estava sob domínio do Império Otomano).

As ideias sionistas não eram, a esse tempo, aceitas por todos os judeus; tampouco havia, no movimento, concordância em relação a elas. Os seus líderes, partidos e ideologias divergiam frequentemente uns dos outros. A ideia do retorno à “Terra Prometida” tinha forte apelo religioso, mas nem por isso convencia a maioria dos judeus. Vivendo há tantas gerações em diversos locais do mundo e com uma situação estabilizada, muitos não tinham interesse em deixar tudo para trás e recomeçar a vida na Palestina.

Em 1917, o sionismo recebeu impulso decisivo com a Declaração Balfour (nome do ministro britânico das Relações Exteriores, Lord Balfour) através da qual a Grã-Bretanha manifestou-se favoravelmente à criação de um lar nacional judaico na Palestina sob mandato britânico.

Em 1922, a Liga das Nações adotou a Declaração de Balfour e concedeu à Grã-Bretanha o Mandato da Palestina que determinava:

“O Mandato assegurará o estabelecimento do lar nacional judaico […] e o desenvolvimento de instituições autônomas, e também salvaguardará os direitos civis e religiosos de todos os habitantes da Palestina, independentemente da raça e da religião.”

Faltou, contudo, negociar com os árabes e palestinos que há séculos ocupavam aquelas terras e que foram contrários à migração judaica em massa para a região.

O sionismo ganhou novo impulso a partir da década de 1930 com a implacável perseguição nazista aos judeus e os horrores do Holocausto na Segunda Guerra Mundial. A tragédia uniu grande parte dos judeus do mundo em torno do projeto sionista de migração para a Palestina.

A criação do Estado de Israel, em 1948, deu ainda mais força ao movimento sionista. Mas também levantou protestos nas comunidades árabes em toda Palestina dando início a conflitos armados que ainda hoje ocorrem na região.

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