Terra preta de índio (TPI) é um tipo de solo fértil e escuro encontrado na região amazônica e feito pelas primeiras populações que ocuparam a região há milhares de anos. A sua origem é, portanto antrópica (realizada pelo ser humano), resultado do acúmulo de resíduos orgânicos (ossos, animais, peixes, palhas, cascas e até excremento humano) e do uso do fogo na sua carborização.
As TPIs apresentam elevada fertilidade de até cem vezes superiores* aos solos adjacentes, destacando-se os altos teores de fósforo, cálcio, zinco e manganês, além dos elevados estoques de carbono orgânico nestes solo.
De acordo com os cientistas, povos indígenas que viveram na floresta nos últimos 5 mil anos manipulavam o lixo e o fogo de maneira controlada o que teria aumentado a fertilidade do solo da floresta ao longo dos anos. Nas TPIs foram encontrados também artefatos cerâmicos pré-colombianos o que confirma sua origem antrópica
As áreas de TPI são encontradas em extensas regiões, como Santarém, no Pará, e Iranduba, no Amazonas. As populações indígenas atuais continuam criando terra preta, especialmente no Alto Xingu. “A terra preta permite uma agricultura sustentável e orgânica. Como os indígenas criam um solo muito fértil, conseguem plantar sem usar agrotóxicos e adubos químicos. Algumas dessas páticas são usadas em toda a Amazônia não só pelos indígenas, mas também pelos ribeirinhos e não indígenas.”
Fonte
- *Terra Preta de Índio ajuda a confirmar a presença humana na Amazônia desde a Antiguidade. Embrapa, 24 out 2023.
- CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado. Jornal da USP, 11 out 2023.
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