MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO (resumo)
1. O que é modo de produção asiático
Tipo de organização sociopolítico-econômica anterior ao capitalismo e que vigorou, principalmente, nas primeiras sociedades estatais com agricultura irrigada e sem a propriedade privada da terra. Essas sociedades, por sua forte dependência dos rios e das obras realizadas nele, são também chamadas de “sociedades hidráulicas”.
Embora o modo de produção asiático originalmente se refira a civilizações antigas do Oriente, ele é aplicável, também, a sociedades não asiáticas da África e da América. O conceito é polêmico e criticado por parte dos historiadores, porém ele ainda é utilizado como uma ferramenta de explicação para as civilizações da Antiguidade.
2. Sociedades sob modo de produção asiático
- Egito antigo
- Babilônicos
- Reino de Kush (Cuxe)
- Assírios
- Persas
- China antiga
- Vale do Indo
- Índia (Império Mauria, 322-185 a.C.)
- Astecas
- Incas
- Império Ajuran (na Somália, séc. XIII a XVII)
3. Características do modo de produção asiático
1. ESTADO CENTRLIZADO
- Estado forte e centralizado, exercido por um poder monárquico (faraó, rei, imperador, Inca, Tlatoani) divinizado ou representante dos deuses.
- Detêm a propriedade da maior parte das terras, controla a economia, dirige as obras públicas,.
- Organiza a defesa da comunidade e comanda a força militar.
- Tem o controle da religião e exerce as principais funções religiosas.
2. “SOCIEDADES HIDRÁULICAS”
- Sociedades dependentes dos rios e da agricultura irrigada e outras obras hidráulicas (diques, reservatórios, drenagem, aquedutos etc.).
- Controle estatal do abastecimento de água e da engenharia hidráulica.
3. PRODUÇÃO AGRÍCOLA EXCEDENTE
- Pertence ao Estado que também absorve a produção artesanal (produtos de luxo) e controla a circulação interna de mercadorias e o grande comércio exterior.
- Excedentes coletados são usados pelo Estado para sustentar sacerdotes, a corte, os burocratas e guerreiros, e para armazenar provisões para períodos de carência.
4. MÃO DE OBRA ABUNDANTE SUBORDINADA AO ESTADO
- Subordinação coletiva de todos os trabalhadores ao Estado (servidão coletiva).
- Comerciantes e artesãos não formam uma classe independente.
- A comunidade aldeã paga tributos ao Estado sob a forma de produtos (cereais, gado etc.) e pode prestar serviços ao Estado nas grandes obras (abertura de canais de irrigação, construção de muralhas, templos, manutenção de pontes etc.).
5. ESCRAVIDÃO NÃO ESSENCIAL
- Embora existam escravos (por dívida, prisioneiros de guerra, condenação pela justiça), eles não constituem a base da produção social. Esta base são as comunidades aldeãs.
6. RELIGIÃO
- Religião politeísta sendo o rei considerado a encarnação do deus ou representante dos deuses.
- Os sacerdotes e os templos são subordinados ao rei.
7. GRANDES REALIZAÇÕES CULTURAIS
- Realização de grandes obras monumentais (muralhas, templos, diques, palácios) sob ordens do Estado.
- Desenvolvimento da escrita para registro da produção agrícola, do comércio, dos tributos e dos feitos políticos do governante.
- Desenvolvimento da matemática, da astronomia e criação de calendários – importantes para marcar os trabalhos agrícolas (início da semeadura, colheita, vazão e cheia dos rios).
- O calendário estabelecido e controlado pelos sacerdotes a serviço do Estado.