A comunidade afro-brasileira liberta expressou-se por meio de diversos veículos de imprensa ainda antes da abolição. O primeiro jornal editado por negros que se conhece no Brasil foi O Homem de Cor, de Paula Brito, no Rio de Janeiro, em 1833. O jornal teve cinco números e circulou entre setembro e novembro.
Surgiram outros jornais, mas, foi a partir de 1915 que a imprensa negra ganhou impulso, especialmente em São Paulo. O marco inicial foi jornal O Menelik criado pelo poeta negro Deocleciano Nascimento, em 1915 e que teve dois ou três números, encerrando suas atividades no ano seguinte.
Com poucos recursos financeiros para se viabilizar (essa imprensa sobrevivia de maneira geral de módicos anúncios publicitários e da solidariedade da comunidade negra) era difícil manter uma periodicidade regular. Mesmo com jornais de pequena tiragem e curta duração, essa imprensa foi importante como porta-voz dos anseios e reivindicações do povo negro.
Entre os anos de 1915 e 1964, mais de 40 veículos da imprensa negra foram publicados no estado de São Paulo, entre eles:
- A Rua (1916), jornal literário, crítico e humorístico, dirigido por Oliveira Paula e José Fernandes;
- A Liberdade (1919), fundado por Frederico S. de Souza e Joaquim Campos;
- Elite (1923), órgão oficial do grêmio Elite da Liberdade;
- O Clarim da Alvorada (1924), fundado por José Correia Leite e Jayme de Aguiar, o primeiro jornal negro a assumir a militância ideológica;
- A Voz da Raça (1935), órgão da Legião Negra Brasileira;
- Tribuna Negra (1935);
- Senzala (1946);
- Quilombo (1950), revista do Teatro Experimental Negro;
- O Mutirão (1958)
- Correio d’Ébano (1963).
Na década de 1990, a imprensa negra ressurgiu em novos modelos com as revistas Black People (1996), no Rio de Janeiro, Raça Brasil (1996) e Maioria Falante, ambos em São Paulo.
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