Cruzada - StudHistória

As cruzadas foram expedições militares (sete ao todo) patrocinadas pela Igreja Católica e organizadas pela cristandade medieval, entre os séculos XI e XIII (1095 a 1254) com o objetivo de libertar cristãos e retomar a Terra Santa (Jerusalém) sob domínio muçulmano. As cruzadas não eram conhecidas por esse nome por seus contemporâneos. Os textos medievais falam mais frequentemente de “peregrinação”, em “auxílio à Terra Santa”. O termo “cruzada” apareceu mais tarde, no século XIII ou XIV com o significado de “marcado pela cruz”.

Além da fé, os cavaleiros das Cruzadas tinham outros motivos para participar dessas expedições: o gosto pela guerra, a busca da glória e a possibilidade de fazer fortuna tomando as riquezas dos muçulmanos. Para o Papa, as Cruzadas eram uma forma de demonstrar seu prestígio e sua autoridade junto aos fiéis.

Para os muçulmanos, as Cruzadas foram vistas como uma continuação da guerra contra o Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, que durou vários séculos. Desde cedo, sabiam que a cruzada não era uma simples peregrinação armada nem uma mera operação militar, mas uma realidade diferente, combinando as características da peregrinação a Jerusalém com uma guerra em defesa da fé.

Para o Império Bizantino, a noção de cruzada ou guerra santa era incompreensível. As guerras eram, para eles, apenas atos políticos. A Igreja Ortodoxa é hostil ao uso de armas por leigos e o clero ortodoxo ficou indignado ao ver padres latinos participando diretamente dos combates. Além disso, as tropas que atravessaram o Império Bizantino cometeram excessos fazendo com que os bizantinos vissem as Cruzadas como um ato de pirataria cujo propósito religioso era apenas uma fachada. O saque de Constantinopla, em 1204, empreendido quarta Cruzada, alargaram definitivamente a separação entre católicos e ortodoxos. “O ódio ao latim se tornou mais forte do que o ódio ao turco”. (Cecile Morrison, Cruzadas, LPM, 2006).

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