O QUE É... Escravo

A palavra “escravo” originou-se do latim medieval sclavus que, na Idade Média designava os habitantes da costa do Adriático, os eslavos, capturados em grande número pelos venezianos para abastercer os mercados do Mediterrâneo, predominantemente muçulmano.

Os sclavus provenientes dos Balcãs eram vendidos na Espanha muçulmana onde eram conhecidos como saqaliba. O geógrafo persa Ibn al-Faqih, do século X, descreveu dois tipos de saqaliba: aqueles de “tem pele escura e cabelos negros que vivem além do mar e os de pele clara que viviam na mesma terra” (referindo-se aos eslavos dos Bálcãs e da Rússia).

Na Antiguidade e na Idade Média, os escravos podiam ter diferentes procedências e não estavam, portanto, associados a uma única raça ou etnia.  Foi somente na Idade Moderna que a cor negra da pele passou a ser diretamente associada à escravidão.

Nas sociedades antigas, uma pessoa podia tornar-se escrava por dívida, captura em guerra ou rapto, condenada pela justiça, por necessidade de sobrevivência (fome, proteção), por nascimento ou abandono de menor (a criança abandonada torna-se escrava de quem a acolhesse). Há numerosos exemplos na história. Pelo Código de Hamurabi, de 1750 a.C., o indivíduo tornava-se escravo por decisão judicial. Na Guerra de Tróia, as troianas capturadas viraram escravas sexuais para os aqueus. Em Atenas, os escravos eram essenciais no trabalho das pedreiras e das minas de prata de Laurion. Na República romana, o soldado desertor perdia os direitos civis e era condenado à escravidão. Os prisioneiros de guerra capturados nas guerras de conquistas, abasteceu as cidades romanas de escravos de diversos pontos do império.

Escravizado, o indivíduo perdia não somente sua liberdade, mas sua própria humanidade pois se tornava objeto e mercadoria podendo ser vendido, dado, alugado e trocado. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, idade, procedência e destino do escravo.

Ao longo da história, os escravos eram reconhecidos pela maneira distinta de se vestirem, especialmente pela falta de calçados. Pés descalços eram o sinal de identificação do escravo. Outra prática difundida era marcar os escravos a ferro quente como propriedade ou como punição aos fugitivos.

A alforria de um escravo (por seu senhor ou pela autoridade competente) faz dele um liberto, que tem um status próximo ao do indivíduo comum. As regras de alforria variavam conforme a sociedade.

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