Fenícios (ver Alfabeto)

Os fenícios são um povo semita que, desde 2300 a.C. ocupava a costa entre Palestina e Síria, correspondendo ao território do atual Líbano. O nome fenício deriva da palavra grega phoinix (“púrpura”), uma tinta natural de coloração vermelho-púrpura extraída do murex, caramujo marinho muito comum na região. Essa tinta tinha grande valor na Antiguidade por não desbotar, ao contrário, ela se torna gradualmente mais brilhante e intensa com a exposição ao tempo e à luz do sol.

O apogeu da civilização fenícia ocorreu entre 1200 a.C. e 300 a.C. quando os fenícios desenvolveram um dinâmico comércio marítimo e detinham uma poderosa frota mercante que levava seus produtos aos mais distantes lugares. Fundaram importantes cidades como Biblos, Tiro, Sídon e Beirute, cada uma com seu próprio governo e sem unidade entre si. Segundo o historiador Fernand Braudel, a Fenícia foi um dos primeiros exemplos de uma “economia mundial” cercada por impérios (Egito, Assíria, Babilônia e Pérsia).

Os navegadores fenícios foram mobilizados para expedições militares ou comerciais a serviço daqueles impérios. Além de navegadores, os fenícios foram grandes artesãos, especialmente na tecelagem, cerâmica, ourivesaria, metalurgia e trabalho com marfim. Sua realização mais conhecida é o desenvolvimento do alfabeto fenício que deu origem aos alfabetos grego, latino, aramaico, árabe e cirílico.

A partir do século VIII a.C., as cidades fenícias perderam sua autonomia, sendo sucessivamente dominadas pelos assírios, babilônicos, persas até caírem serem submetidas ao Império de Alexandre, que arrasou Tiro no século IV a.C. Entre os anos 264 a.C. e 146 a.C., os fenícios enfrentaram seu mais temível inimigo, os romanos, nas chamadas Guerras Púnicas. As cidades fenícias foram então integradas aos domínios romanos fazendo parte da província da Síria.

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