Rota da Seda é uma antiga rede de rotas comerciais entre a Ásia e a Europa, conectando a cidade de Chang’an (atual Xian), na China, à cidade de Antioquia, na Síria medieval (hoje na Turquia). Deve seu nome à mercadoria mais preciosa que por ela passou: a seda, da qual os chineses, durante muito tempo, detiveram o segredo de sua manufatura. Contudo, a Rota da Seda só recebeu esse nome no século XIX, devido ao geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen.
Os mais antigos vestígios conhecidos da Rota da Seda, como meio de comunicação com as populações do Ocidente, datam de cerca de 2000 a.C. Ela foi significativa para o desenvolvimento de grandes civilizações como o Egito, a Mesopotâmia, a Pérsia, a Índia, a China e Roma, e também ajudou a fundamentar o início do mundo moderno.
Rota da Seda na Idade Média
Ao longo dos séculos, o fluxo de caravanas ao longo da Rota da Seda aumentou ou diminuiu conforme a política dos reinos pelos quais ela passava. A chega de Genghis Khan, o grande conquistador mongol, e a formação do Império Mongol (1206-1368) deram nova vida ao comércio ao longo das antigas Rotas da Seda no século XIII.
Após as conquistas mongóis, mercadorias exóticas como seda, porcelana e especiarias começaram a circular livremente pela Rota da Seda em direção à Europa. Os mongóis eram fortes defensores do comércio aberto, permitindo que produtos da China e do Sudeste Asiático fossem livremente para a Europa Oriental e Oriente Médio, e vice-versa.
Foi nessa época que o pai de Marco Polo (1254-1324), Niccoló, e seu tio Maffeo embarcaram em sua primeira jornada para o leste em 1260, e Marco Polo iniciou sua própria viagem épica em 1271. Para encorajar o comércio internacional, os mercadores estrangeiros recebiam isenções fiscais, empréstimos e seguro garantido na passagem pela Rota da Seda. Os mongóis também encorajaram o comércio estabelecendo, ao longo da Rota da Seda, guarnições patrulhadas por soldados mongóis que serviam também para paradas de descanso aos viajantes.
A Rota da Seda monopolizou o comércio Leste-Oeste por séculos. Além da seda, por ali transitaram outros produtos valiosos: porcelana, pedras preciosas, almíscar, âmbar, jade, marfim, laca, especiarias, vidro, coral etc.
O comprimento total da Rota da Seda era, então, de cerca de 10.000 km, dos quais aproximadamente 3.000 km estavam dentro do território da China.
Foi, também, o caminho percorrido por peregrinos, aventureiros, sábios e monges e, com eles, o intercâmbio de ideias, técnicas, culturas e religiões como o cristianismo, o budismo, o judaísmo e o islamismo. Foi o canal de divulgação das principais descobertas chinesas para o Ocidente: bússola, pólvora, papel-moeda, impressão etc.
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