Crescente Fértil foi a expressão criada pelo arqueólogo norte-americano Henry Breasted para chamar a terra fértil que se estende dos atuais estados do Iraque, Irã, Kuwait, Síria, Turquia, Líbano, Chipre, Israel, Palestina, Jordânia e Egito. Região irrigada pelos rios Tigre, Eufrates, Jordão e Nilo, ela cobre uma superfície de cerca de 450 mil km2 onde surgiram as civilizações antigas do Oriente Próximo como a suméria, babilônica, assíria, fenícia, egípcia, hitita e hebreia.
No Crescente Fértil, a agricultura em larga escala surgiu pela primeira vez no mundo entre 9600 a.C. e 8500 a.C. Há indícios de que o cultivo de plantas tenha iniciado antes mesmo da domesticação de animais no Oriente Médio. A pecuária só generalizou na região por volta de 7000 a.C.
Os vestígios de cultivo de plantas mais antigos conhecidos foram encontrados em Abu Hureya (vale do rio Eufrates, na Síria) e em Jericó (Israel). Nesses locais mais de 100 espécies de plantas alimentícias e medicinais foram cultivadas – cereais como trigo, centeio, cevada e aveia que ainda representam cerca de 70% do cultivo de alimentos do mundo. Foram cultivados, também linho (para obter óleo e fibra para tecidos e cordas), cebola, cenoura, grão-de-bico, ervilha, lentilha, azeitona, tâmara, figo, pera, maçã, ameixa, cereja etc.
O Crescente Fértil foi, também, o habitat favorável para quatro das cinco espécies de animais domesticados mais importantes: o boi, a cabra, a ovelha e o porco. Provavelmente foi o centro de sua domesticação. A quinta espécie, o cavalo, vivia nas proximidades, mas foi domesticada posteriormente nas estepes da Eurásia.
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