O QUE É... Populismo, populista

O termo populismo (do latim, populus, “povo”) surgiu no século XIX e, apesar de ser usado por historiadores, sociólogos e comentaristas políticos, ele continua sem uma definição uma vez que ele é aplicado em diferentes contextos e para variados movimentos sócio-políticos. Poucas figuras políticas ou partidos se descrevem abertamente como “populistas” até porque o termo, quase sempre, é aplicado a outros de forma pejorativa, confundido como demagogia. O termo “populismo” é visto, pelo senso comum, como algo a ser “desacreditado e temido” porque, dizem, é uma prática política enganadora, que manipula o povo e, portanto, uma ameaça à democracia.

O populismo designa um discurso político que apela diretamente ao povo e o coloca contra uma “elite”. O líder populista vê a política fundamentalmente separada em dois grupos: o povo e as elites.

O populismo pode ser associado com ideologias de esquerda e de direita. Nos dois casos, o povo é visto como uma entidade homogênea, isto é, não reconhece as diferenças entre as camadas sociais populares. O populista de direita dirige-se ao povo como “a nação”, os patriotas a quem se dirige com apelos fortemente nacionalistas. O populista de esquerda refere-se ao povo como “os trabalhadores”, os excluídos, sem condições econômicas.

As “elites” são os inimigos de ambos e são as culpadas pela corrupção ou atraso do país: o FMI (Fundo Monetário Internacional), o globalismo, teorias da conspiração, os banqueiros, a imprensa, o poder Judiciário.

O líder populista alega que só ele é capaz de representar o povo, e quem for contra isso automaticamente é inimigo do povo. Apresenta-se como o verdadeiro patriota e nacionalista, o “salvador da pátria” que vai pôr ordem no país, acabar com os desmandos e a corrupção. Defende soluções simplistas para diversos problemas sociais, econômicos e políticos. Coloca-se acima da sociedade (e das leis, se for preciso) e como elo entre o povo e o poder que ele personifica.

A época de populismo clássico na América Latina foi com Getúlio Vargas (1930-1945 e 951-1954), Juan Perón (1946-1955) na Argentina e Lázaro Cárdenas (1934-1940) no México.

Em uma segunda onda, venho o populismo neoliberal de Alberto Fujimori, no Peru, Carlos Menen, na Argentina e Fernando Collor de Mello no Brasil.

Depois, veio o populismo de esquerda dos anos 2000, com Hugo Cháves e Nicolás Maduro, na Venezuela, Rafael Corrêa, no Equador, Evo Morales, na Bolívia, e André López Obrador, no México.

Mais recentemente, os governos de Donald Trump (2017-2021) nos Estados Unidos e de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022) no Brasil foram entendidos como populistas de ultradireita.

 

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