Denominavam-se “pretos novos” os escravos que morriam após a entrada dos navios na Baía de Guanabara ou dias após o desembarque, antes de serem vendidos. Em 1722 criou-se o Cemitério dos Pretos Novos, no atual Largo de Santa Rita, na cidade do Rio de Janeiro. Ficava próximo do mercado de escravos recém-chegados. O vice-rei, marquês do Lavradio, diante dos enormes inconvenientes da localização, em pleno centro da cidade, ordenou que mercado e cemitério fossem transferidos para o Valongo, área então localizada fora dos limites da cidade.
O cemitério do Valongo, faixa do litoral carioca que ia da Prainha à Gamboa, funcionou de 1772 a 1830. Lá eram sepultados os “pretos novos” em cova rasa. Calcula-se que foram enterrados, no Cemitério dos Pretos Novos, pelo menos entre 20.000 e 30.000 escravos. Nos seus últimos seis anos de funcionamento, segundo pesquisa feita nos arquivos da igreja, a média de enterros no Cemitério dos Pretos Novos foi superior a mil enterros por ano.
Em 1830, o mercado de venda de escravos e o cemitério foram fechados, em parte pelo inconveniente das atividades e pelo mau cheiro, que eram objeto de reclamações dos moradores locais, e também como uma forma de as autoridades locais mostrarem, aos ingleses, que estavam respeitando o tratado de extinção do tráfico imposto pela Inglaterra e assinado em 1827. Na realidade, porém, a atividade só mudou de endereço.
Em 1996 foram descobertas no local dezenas de ossadas misturados a vestígios de cerâmica, vidro, ferro e outro materiais revelando-se um sítio arqueológico de grande importância histórica.
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