10 invenções da Mesopotâmia que mudaram a humanidade

10 invenções da Mesopotâmia que mudaram a humanidade

A Mesopotâmia, a “terra entre rios”, é um dos berços da civilização ocidental, juntamente com a Anatólia e o Vale do Indo. Naquela ampla planície inundada pelos rios Tigre e Eufrates, surgiram a agricultura irrigada, as primeiras cidades-estados, reinos desenvolvidos, descobertas e invenções que mudaram para sempre o curso da história humana como a escrita, a primeira ordem jurídica, os primeiros hinos e poemas, tijolo, roda de oleiro e outras.

Os vestígios mais antigos de assentamento arqueológico podem ser rastreados até meados do 11º milênio a.C., na margem ocidental do rio Eufrates, ao norte da Síria, onde foram encontrados crânios de touro enterrados em casas circulares. Do 10º milênio existem estatuetas femininas modeladas em argila e pontas de obsidiana originadas na Capadócia (Turquia) – evidências de um comércio precoce. Entre 9000 e 8700 a.C., resíduos de grãos em silos indicam as primeiras atividades agrícolas. Por volta de 7700 a.C., crânios humanos foram encontrados enterrados em casas com um arranjo especial que indica culto aos mortos.

CONTEÚDO

  1. Agricultura irrigada
  2. A primeira forma de escrita: o cuneiforme
  3. Civilização urbana e o Estado
  4. O arado
  5. A roda
  6. Lei e justiça
  7. Cartografia
  8. Matemática
  9. O conceito de tempo: hora, minuto, segundo, ano
  10. Astronomia e astrologia
  11. Conclusão

Região pantanosa no sul do Iraque, na região chamada de Mesopotâmia pelos antigos. Dois barqueiros conduzem o “mashuf”, a canoa longa e estreita tradicionalmente usada nos pântanos, rios e canais da Mesopotâmia desde a Antiguidade. Ele serve como barco de pesca, transporte de mercadorias e pessoas.

1. Agricultura irrigada

A agricultura começou na Mesopotâmia por volta de 9.000 a.C. onde o trigo e a cevada cresciam naturalmente, e foram esses grãos os primeiros a serem domesticados. As sementes podiam ser transformadas em farinha que podia ser guardada por meses sem estragar-se. Depois podia ser assada. Transformada em pão delicioso e nutritivo. Os antigos agricultores da Mesopotâmia usavam enxadas de pedra para arar o solo antes da invenção do arado.

A agricultura exige uma quantidade permanente de água para manter as plantas vivas. Como nem sempre a chuva é regular, o jeito foi aproveitar a água dos rios com a abertura de canais. Isso aconteceu por volta de 5.000 a.C. Os mesopotâmicos abriram canais usando as águas dos rios Tigre e Eufrates e aprenderam a controlar o fluxo de água para irrigar as plantações obtendo colheitas mais abundantes. Cada lavrador recebia uma certa quantidade de água que era desviada de um canal para uma vala de irrigação.

Os canais de irrigação percorriam dezenas de quilômetros, às vezes conectando duas bacias entre eles com a construção de aquedutos.

2. A primeira forma de escrita: o cuneiforme

Placa de barro com cuneiforme, inscrição real de Naram-Sin, período Acad, XXII a.C., Museu do Louvre.

Escritura de venda de casa e escravo em Shuruppak, c 2600AC, Museu do Louvre.

A escrita mais antiga conhecida foi a desenvolvida pelos sumérios por volta de 3200 a.C. Chamada de cuneiforme por causa dos sinais terem a forma de cunha, ela era usada para os registros de negócios, colheitas e tributos. Os mesopotâmios também usavam a escrita para registrar eventos diários como a astronomia.

O cuneiforme evoluiu a partir de pictogramas que foi sendo simplificado tornando-se mais abstrato. Visto que muitas pessoas não sabiam escrever, usaram os serviços de escribas. O escriba tornou-se assim uma pessoa respeitada na sociedade sumeriana.

O escriba pressionava a ponta triangular de um pedaço de junco na argila umedecida para criar uma forma. Usava também pequenos cilindros esculpidos em relevo – os selos de impressão – que rolava sobre a argila úmida.

Eles tinham milhares de sinais e poderia levar anos para uma pessoa aprender a escrever em cuneiforme.  Os sinais representavam palavras e podem ter vários significados, assim como serem combinados entre si. O termo “comida”, por exemplo, era representado pelos símbolos “boca” e “pão”.

Com o tempo, a escrita tornou-se mais e os sinais passaram a representar sons e a combinação deles podia representar frases inteiras. Isso possibilitou o nascimento da literatura, como a criação da Epopeia de Gilgamesh de, pelo menos 2100 a.C.

A escrita cuneiforme foi usada pelos assírios, elamitas, hititas, babilônios e acádios por cerca de 3.000 anos.

3. Civilização Urbana e o Estado

Tablete de Uruk, c. 3200-3000 a.C., registando distribuição de cerveja, Museu Britânico.

Planta de casa sumeriana em Umma há 5000 anos. Podemos ver o pátio central, os cômodos e portas ou aberturas de acesso. Museu do Oriente Próximo, Berlim.

A agricultura irrigada não pode ser feita por uma pessoa sozinha e nem por várias pessoas trabalhando cada uma a seu próprio modo e em seu próprio ritmo. A irrigação exige cooperação, trabalho conjunto. As valas têm que ser mantidas sem ordem, sem entupir ou inundar. Se o nível de água do rio baixar durante uma seca, é preciso da colaboração de todos para cavar mais profundamente. O trabalho tem que ser supervisionado.

Os cultivos irrigados dependem do controle exercido por líderes capazes de organizar e distribuir tarefas, planejar colheitas, registrar os resultados, estabelecer regras e cotas de alimentos e, principalmente, proteger as famílias de eventuais ataques de grupos inimigos. Isso levou ao desenvolvimento da civilização urbana, à formação de cidades, ao aparecimento de reis-sacerdotes e do Estado.

A urbanização na Mesopotâmia começou no período de Uruk (4300–3100 a.C.). Foi durante este período que se desenvolveu a escrita, visto que foi inventada para as necessidades contabilísticas e administrativas do Estado.

Cidades com templos e palácios enormes e rodeadas de muralhas foram erguidas com tijolos de barro por volta de 3200 a.C. As residências tinham sistema de esgoto: as águas usadas eram evacuadas através de pequenos tubos subterrâneos, feitos de tijolos ou mesmo em tubos de barro. As cidades eram cercada por enormes muralhas construídas pelo rei.

A cidade suméria de Uruk, uma das mais antigas da História, era rodeada por uma muralha de aproximadamente 11 km de extensão. Estava situada a leste do rio Eufrates, na parte sul da Mesopotâmia, atual Iraque. O próprio nome moderno Iraque é derivado de Uruk. Em seu auge, por volta de 2.800 aC, Uruk tinha uma população entre 40.000 e 80.000 pessoas vivendo entre seus seis quilômetros de muralhas defensiva. Era, então, a maior cidade do mundo na época.

4. O Arado

No início da agricultura, as sementes eram espalhadas sobre o solo onde cresciam anarquicamente. Descobriu-se depois que se o grão fosse plantado em filas separadas, seria mais fácil de ser regado, semeado e colhido.

Usaram, então, galhos de árvores para afofar o solo e fazer sulcos onde eram colocadas as sementes com enxadas primitivas. A ferramenta foi melhorada e atrelado no animal para ele puxar enquanto o lavrador forçava a ponta a enterra no solo e arar a terra. Os sumérios foram os primeiros, por volta de 3.500 a.C., a utilizarem arados tracionados por animais.

Reconstituição de um arado neolítico (à esquerda) e inscrição de 2200 a.C. mostrando agricultores mesopotâmicos usando um arado (à direita).

Pintura mural em tumba egípcia, 1200 a.C., mostrando agricultor usando um arado semelhante ao que era usado na Mesopotâmia.

5. A Roda

A primeira roda não foi usada para transporte. A roda foi inicialmente inventada para o trabalho de cerâmica: era a roda de oleiro, um disco giratório sobre o qual o oleiro (ceramista) colocava o barro para fazer uma peça de cerâmica. A mais antiga roda de oleiro conhecida é de Ur, na Mesopotâmia, de 3000 a.C. No entanto, há achados de cerâmica mais antigos da Índia que sugerem que a cultura do vale do Indo (Mohenjo-Daro) estaria usando a roda de rotação já no 5º milênio a.C.

A roda de transporte é considerada uma invenção derivada da roda de oleiro e foi tradicionalmente atribuída aos sumérios a partir de meados do 3º milênio a.C. Acredita-se, porém, que ela tenha ocorrido simultaneamente na Mesopotâmia, no vale do Indo e na Europa Central e Oriental.

Carruagem de guerra da Mesopotâmia, detalhe do Estandarte de Ur, 2800 a.C.

Reconstituição de desenho em pote de cerâmica (à esquerda) mostrando a representação de uma carroça com rodas, encontrada na Polônia, 3500-3350 a.C. Roda e eixo (à direita) encontrado no pântano de Ljubljana, Eslovênia, 3360-3030 a.C.

Em 2002, a descoberta de uma roda de madeira montada em um eixo, enterrada em um pântano na Eslovênia, acabou definitivamente com a teoria da invenção suméria. O artefato neolítico, com 70 cm de diâmetro, foi datado de 3360-3030 a.C.

Modelos tridimensionais de carroças de cerâmica com quatro rodas foram desenterrados em meio a tumbas dos Baden no leste da Hungria e datam de 3300 a 3100 a.C.

As primeiras rodas de transporte eram de madeira inteiriça, compacta e bem pesada. Mas ainda assim elas facilitavam o transporte de mercadoria e logo se espalharam pela Eurásia e Oriente Médio.

6. Lei e justiça

Os códigos de leis mais antigos conhecidos foram criados na Mesopotâmia. O exercício da justiça era uma das principais prerrogativas do soberano. O rei era a autoridade judiciária de última instância, a autoridade que repara as situações injustiças.

Por muito tempo, o Código de Hamurabi, de 1770-1750 a.C. foi considerado o primeiro da humanidade. Contudo, foram descobertos outros ainda mais antigos e também na Mesopotâmia. O Código Ur-Nammu, escrito na língua suméria, data de cerca de 2100 a.C., feito em nome do rei Ur-Nammu, de Ur. O Código de Lipit-Ishtar, coleção de leis em sumério, foi criado por volta de 1930 a.C. Eles tratam de assuntos diversos: leis de casamento, empréstimos, herança, escravos, adultério, roubos, assassinatos, alugueis, educação etc.

Relatório de um julgamento, ocorrido em Uruk, sobre um caso no templo de Ishtar, 539 a.C., Museu do Louvre.

Parte superior do Código de Hamurabi, mostrando o encontro do rei com Shamash, deus do Sol. O rei está de pé com a mão direita erguida em sinal de respeito. O resto da coluna está inteiramente gravado com o texto do código. A coluna de pedra com o Código de Hamurabi foi encontrada em Susa, datada de 1770-1750 a.C., medidas: 2,25m de altura e 55cm de largura, Museu do Louvre.

Enquanto os códigos de Ur-Nammu e de Lipit-Ishtar chegaram em fragmentos até nós, o Código de Hamurabi está inteiramente preservado. Foi gravado em uma coluna de pedra de diorito rígido. As penas aos crimes se baseiam na lei de talião – princípio que influenciou outros povos como os hebreus e os muçulmanos.

7. Cartografia

O mapa mais antigo foi descoberto na Babilônia. Ele data de 2340-220 a.C., foi gravado em uma placa de argila de 7cm x 7cm. É uma representação da cidade acadiana de Nuzi e mostra as montanhas, rios e canais. O mapa de Nippur, em uma placa de argila de 21cm x 18cm, mostra o portão da cidade, vários edifícios e o rio Eufrates com seu nome escrito em sumério. Mapas de cidades eram usado para campanhas militares e comércio.

É também conhecido um mapa-múndi babilônico do século VI a.C. Trata-se de uma representação simbólica, não literal. Ele omite deliberadamente povos como os persas e os egípcios que eram bem conhecidos dos babilônios. A área mostrada é representada como uma forma circular cercada por água, que se encaixa na imagem religiosa do mundo em que os babilônios acreditavam.

Embora o mapa tenha sido inventado na Mesopotâmia, foram os gregos que criaram mapas mais próximos à realidade a partir do século VI a.C. O conceito de terra esférica, desenvolvido pelos filósofos gregos em 350 a.C., permitiu que os geógrafos desenvolvessem a cartografia.

Os mapas mais antigos que se conhecem foram encontrados na antiga cidade de Çatal Huyulk, na Turquia, e datam de cerca de 6204 a.C., estando desenhados numa parede.

Planta da cidade de Nippur, o mapa de cidade mais antigo conhecido, indica as montanhas, os canais que cruzam a cidade, templos e portões. Tablete de argila, 21cm x 18cm, 1500 a.C. Coleção Hilprecht,  Universidade Friedrich-Schiller de Jena, Alemanha.

Mapa-múndi babilônico mostrando a Terra como um disco. Estão representados: o rio Eufrates, os países vizinhos – Assíria, Uratu (Armênia) e Habban (Iêmen) – e o oceano que rodeia todas as terras. Argila, inscrições cuneiforme, encontrado em Sippar, séc. VI a.C., Museu Britânico.

8. Matemática

Foram os sumérios e os babilônicos, na Mesopotâmia, os primeiros a fazer avanços significativos na matemática e na astronomia. Em 1800 a.C., eles desenvolveram um sistema numérico sexagesimal, isto é, baseado em 60. Por que 60? Porque pode ser dividido igualmente por 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15 e 30, eliminando a necessidade frequente de frações – com as quais os antigos tinham problemas. Além disso, existem 360 graus (6x 60) no círculo. Também é um número facilmente divisível.

Há referências de que, no 3º milênio, os babilônicos dispunham de plaquetas com tabelas de multiplicar, de quadrados e de cubos. A geometria já era muito desenvolvida nesse período e ligada às necessidades da vida diária, com a agrimensura, a planificação de cidades e o traçado de mapas. Datam também desse período plaquetas com problemas de álgebra envolvendo equações de 1º e 2º grau. Uma dessa plaquetas contém 22 problemas, todos referentes à determinação do peso de uma pedra (CHASSOT: 1994, p. 23)

Tabuleta de argila com exercício de Geometria, 1750 a.C.

Tabuleta de argila, da Suméria com registro de contabilidade, final do 4º milênio. Museu do Louvre.

Tabuleta de argila, datada de 1770 a.C., com inscrições em cuneiforme traz um cálculo geométrico que precede em mil anos o célebre Teorema de Pitágoras.

9. Divisão do tempo: hora, minuto, segundo, ano

Os mesopotâmios desenvolveram o conceito de tempo, dividindo as unidades de tempo em 60 partes, o que levou ao minuto de 60 segundos e a hora de 60 minutos – que ainda usamos.

Observaram que o Sol leva 365 dias para mover-se completamente em torno do Sol, percorrendo, portanto, em relação aos astros, aproximadamente 1 grau por dia.

Foram os mesopotâmicos, também, que estabeleceram a semana de sete dias, cada dia regido por um planeta. A semana de sete dia foi adotada pelos judeus, depois pelos cristãos e, através deles, por todo mundo moderno.

10. Astronomia e Astrologia

As origens da astronomia ocidental moderna podem ser encontradas na Mesopotâmia. Os observadores dos céus do vale do Tigre e do Eufrates descobriram que, além do Sol e da Lua, mais cinco corpos celestes brilhantes mudavam de posição. A esses corpos que se moviam, que nós chamamos de planetas (da palavra grega que significa “errante”), deram os nomes de deuses e deusas, que mantemos até hoje: Vênus, Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno – todos identificados pelos astrônomos mesopotâmicos. Eles permaneceriam como os únicos planetas conhecidos até a invenção do telescópio, no início da era moderna.

Os sete planetas percorriam um caminho em torno do céu, caminho que passava por certos aglomerados de estrelas, que eram denominadas, em seu tudo, como zodíaco pelos gregos antigos. O zodíaco era dividido em doze constelações, como Capricórnio, Leão e Sagitário, de modo que o Sol permanecesse em cada constelação por aproximadamente um mês.

O movimento dos planetas e as constelações foram interpretadas como capazes de influenciar a vida humana. Nascia assim a astrologia que os mesopotâmicos usavam para prever acontecimentos.

A astronomia babilônica foi a primeira tentativa bem-sucedida de dar uma descrição matemática refinada dos fenômenos astronômicos.

Placa circular indicando a posição das constelações observadas na noite de 3 a 4 de janeiro de 650 a.C. em torno de Nínive. O planisfério celestial é dividido em 8 partes, nas quais estão distribuídas

Conclusão

O “legado” das civilizações que se sucederam na Mesopotâmia mede-se sobretudo por um conjunto de mudanças decisivas na história da humanidade que vão muito além das invenções e dos avanços tecnológicos. Entre essas mudanças podemos citar:

  • Aparecimento das cidades e constituição das primeiras sociedades urbanas: a cidade torna-se, então, um dos elementos essenciais da vida humana.
  • Surgimento de uma autoridade real e de um governo: a figura do monarca, com seus papéis simbólicos e religiosos é essencial neste período e se torna a forma de governo mais difundida.
  • Invenção da escrita: a escrita cuneiforme é uma inovação crucial na história humana, realizada ao mesmo tempo que a escrita hieroglífica egípcia.
  • Aparecimento de uma “burocracia” e um arquivo de informação: com a escrita, é possível registrar informações e conhecimentos, conservá-los e acumulá-los nos mais diversos campos da vida prática e acadêmica.
  • Formação de um senso de justiça com leis que estabelecem regras e punições aos infratores.
  • Aparecimento de uma literatura que foi transmitida a civilizações posteriores, principalmente aos hebreus que a adaptaram para, posteriormente, constituir a Bíblia.
  • Estabelecimento das bases para o conhecimento matemático e astronômico, adquirido e aprimorado pelas civilizações clássicas. Os mesopotâmicos também inventam locais de ensino e bibliotecas para preservar e transmitir conhecimentos.
  • Formação de uma noção do tempo, dividido e organizado: o ano de 365 dias, dividido em 12 meses conforme o movimento da Lua e do Sol, e a semana de sete dias.

Fonte

  • ASIMOV, Isaac. Cronologia das Ciências e das Descobertas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
  • CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994.

Saiba mais

Recursos didáticos

Compartilhe =]

Compartilhar no Facebook Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Pocket Compartilhar no LinkedIn