Classe social é a posição (status) que a pessoa tem na sociedade capitalista de acordo com sua situação no mercado e controle dos meios de produção. Importante destacar que classe social é uma característica específica das sociedades capitalistas e resulta da distribuição desigual de vantagens e recursos tais como riqueza, poder e prestígio.
Diferentemente das sociedades de castas (na Índia) e estamentais (típica da Europa do Antigo Regime), na sociedade de classes todos são iguais perante a lei e existe mobilidade social que pode ser ascendente (da posição inferior para a superior) ou descendente (o oposto). Contudo, a distribuição desigual da riqueza dificulta ou mesmo impede a mobilidade social.
Distintas teorias foram criadas para explicar como surgiram e como se mantêm as divisões de classe no capitalismo. Para o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), a sociedade se dividia em duas classes sociais: a burguesia (os donos dos meios de produção) e o proletariado (trabalhadores explorados pela burguesia). Entre eles há sempre interesses antagônicos (opostos) o que leva a conflitos – as lutas de classes. A exploração das classes era, segundo Marx, elemento suficiente para justificar uma revolta do proletariado contra a burguesia.
Para o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), as classes sociais se definem pela combinação de três fatores: status (honra, prestígio), a riqueza (renda, posse) e o poder (capacidade de influência sobre outros segmentos da sociedade). Assim, por exemplo, um professor universitário ou um intelectual sem grandes rendas, mas com grandes conhecimentos poderia gozar de um alto status frente a outros membros da sociedade.
Para o sociológo francês Pierre Bourdieu (1930-1002) os grupos sociais são definidos também pelo acesso que têm a bens materiais e culturais. Assim, nas sociedades de massas, a distinção de classe engloba outro aspecto além da posse dos meios de produção: o poder de consumo. Essa capacidade de consumir bens culturais não necessariamente está ligada à renda ou à ocupação profissional. Ela está ligada à aquisição de determinados conhecimentos que permitem apreciar certos bens culturais — obras de arte, por exemplo. Ao capital econômico, Bourdieu acrescenta o capital cultural (saberes artísticos, científicos, literários etc.), que influencia a construção dos gostos, hábitos, padrões de consumo.
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