Chamou-se darwinismo social à corrente de pensamento do final do século XIX e começo do século XX que buscava explicar a evolução das sociedades humanas se baseando na teoria da evolução de Charles Darwin. O darwinismo social acreditava que existiam sociedades e raças “superiores” e que estas deveriam dominar as “inferiores” com o objetivo de “civilizá-las”.
Os pensadores pró-darwinismo social afirmavam que as populações europeias tinham capacidades superiores aos povos da África, por causa da revolução tecnológica e científica que estava ocorrendo na Europa. Essas ideias serviram para justificar o imperialismo e a exploração das colônias assim como a pobreza e a desigualdade entre os indivíduos. Desencorajaram as tentativas de reformar a sociedade já que os mais fracos estavam destinados ao desaparecimento. Pela mesma razão, os dominadores não adotaram os costumes e línguas dos povos sob seus impérios e pouco se interessaram por suas culturas.
Apesar do darwinismo social estar associado ao nome de Charles Darwin, ele se baseia em ideias anteriores à publicação de Sobre a Origem das Espécies (1859) e incorporou a visão de outros teóricos como Herbet Spencer, Thomas Malthus e Francis Galton, o fundador da eugenia.
O darwinismo social estimulou a eugenia, práticas que visavam melhorar a raça humana por seleção genética. Justificou o racismo, intensificou o nacionalismo e fortaleceu o fascismo e o nazismo. No caso do nazismo, o darwinismo social sustentou a teoria nazista da hierarquia racial que identificava os alemães como arianos, uma raça superior.
Nos Estados Unidos, o darwinismo social influenciou capitalistas poderosos como John D. Rockefeller, Andrew Carnegie e John P. Morgan a adotarem o conceito de seleção natural em seus negócios, justificando a destruição de pequenas empresas, o domínio corporativo e seus exorbitantes ganhos e acúmulo de riqueza. Rockefeller, por exemplo, proclamou: “O crescimento de uma grande empresa é meramente a sobrevivência do mais apto … a operação de uma lei da natureza e uma lei de Deus”.
O darwinismo social declinou em popularidade após a Segunda Guerra Mundial devido, em grande parte, à sua associação com o nazismo e ao crescente consenso entre os cientistas de que era um conceito cientificamente infundado. Hoje ele tem uma conotação pejorativa.
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