A servidão foi a relação social típica da Idade Média entre servos e senhores caracterizada pela dependência do servo em relação à terra em que trabalha e ao seu senhor.
A servidão disseminou-se gradativamente na Europa a partir do século VII para se tornar a forma predominante de organização do trabalho agrário europeu durante boa parte da Idade Média. Os historiadores ainda discutem como isso ocorreu mas concordam que não foi um processo igual em toda Europa. A servidão variou muito ao longo das épocas e das regiões. Sociedades diferentes apresentaram graus diferentes de servidão dos camponeses.
A servidão não substituiu a escravidão antiga de modo direto e rápido, nem pode ser considerada uma evolução daquela. Servidão e escravidão coexistiram e se sobrepuseram na Idade Média. Ao contrário do que afirma a historiografia tradicional, a escravidão não desapareceu com a queda do Império Romano: “não há dúvida de que jamais houve tantos escravos no Ocidente quanto no período consecutivo às invasões germânicas, situando-se nos séculos VI e VII o apogeu da instituição escravista” (BONNASSIE, p. 66).
Somente a partir do século X a escravidão desaparece e impõe-se uma nova forma de dependência, a servidão. Sua permanência, contudo, variou em cada país: em Portugal, por exemplo, a servidão estava se extinguindo no século XIII, enquanto na Inglaterra sobreviveu até o século XVII e na França até a Revolução Francesa (1789). A Rússia foi o último país do mundo a libertar seus servos; lá, a servidão perdurou até a Reforma Emancipadora de 1861 que tirou da condição servil mais de 23 milhões de pessoas.
Fonte
- BONNAISSIE, Pierre. Liberdade e servidão. In: LE GOFF, J.; SCHMITT, J.C. Dicionário temático do Ocidente medieval. Bauru, SP: Edusc, 2002.
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