O Disco de Nebra é peça em bronze, de 1600 e 1560 a.C., com detalhes em ouro, com 30 cm de diâmetro e pesando 2,2 kg. Foi descoberto em 1999, em um local perto de Nebra, na Saxônia. Alemanha, e corresponde à cultura Unetice, cultura arqueológica do início da Idade do Bronze que se desenvolveu entre 2300 e 1800 a.C., na Europa Central (atuais República Tcheca e Eslováquia e locais da Polônia e Alemanha). Junto com o disco, estavam duas espadas de bronze, duas machadinhas, um cinzel e fragmentos de pulseiras espirais.
Os símbolos em ouro do Disco de Nebra foram interpretados como o Sol ou Lua cheia, a Lua crescente e 32 estrelas que representariam as Plêiades. Dois arcos dourado podem ser representações para marcar o ângulo entre os solstícios, a Via Láctea ou um arco-íris.
O disco é a representação concreta mais antiga do cosmos de que se tem notícia no mundo inteiro. Funcionava como um relógio astronômico para coordenar os calendários solar e lunar e dizer ao homem da Idade do Bronze o momento certo para plantar.
A descoberta indica que o conhecimento astronômico e as habilidades dos povos da Idade do Bronze na Europa incluíam a observação atenta do curso anual do Sol e o ângulo entre seus pontos de nascente e poente nos solstícios verão e inverno.
O Disco de Negra e os artefatos que o acompanhavam foram encontrados por ladrões de tesouro que usavam um detector de metal. Eles danificaram o disco com sua pá e destruíram partes do local. Venderam todo o tesouro por 31 mil marcos alemães para um antiquário na cidade de Colônia. Nos dois anos seguintes, o tesouro mudou de mãos na Alemanha.
Em 2001, o conhecimento de sua existência tornou-se público. O arqueólogo Harald Meller adquiriu o disco em uma operação policial em Basel, na Alemanha de um casal que o colocou no mercado negro por 700.000 marcos alemães.
Os dois saqueadores foram presos e condenados em um tribunal de Nuremberg em setembro de 2003.
O local da descoberta é um sítio arqueológico pré-histórico do Neolítico circundando uma colina de 252 metros de altura, na Floresta Ziegelroda, cerca de 60 km a oeste de Leipzig. O local contém aproximadamente 1.000 túmulos.
A datação por radiocarbono do Disco de Nebra foi possível graças a uma partícula de casca de bétula encontrada em uma das espadas, e calculada entre 1600 e 1560 a.C. Isso corresponde à data do enterro, momento em que o disco provavelmente já existia há várias gerações. Estima-se que o Disco de Nebra tenha sido fabricado entre 2100-1700 a.C.
A análise inicial de oligoelementos por fluorescência de raios-X permitiu saber a origem dos metais. O cobre veio de minas de Bischofshofen, na Áustria, enquanto o ouro teve duas origens: das montanhas dos Cárpatos, na Europa Central, e da Cornualha, na Inglaterra. O estanho presente no bronze também veio da Cornualha.
O disco encontra-se desde 2002 no Museu Estadual da Pré-História da Saxônia-Anhalt, em Halle, Alemanha.
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