Negro forro era o escravo liberto pela carta de alforria, um documento através do qual o proprietário de um escravo abdicava de seus direitos de propriedade sobre o mesmo.
A Lei do Ventre Livre, de 1871, criou o fundo de emancipação para comprar a liberdade e dava permissão ao cativo para criar um pecúlio que lhe permitisse comprar a própria liberdade, bem como aceitar ajuda de terceiros para isso. Mas o processo não era tão simples. A primeira dificuldade era o preço da alforria cujo valor era determinado pelo senhor. Muitas vezes, o escravo precisava recorrer à justiça.
Havia alforrias com cláusulas de prestação de serviço, isto é, o negro forro continuava tendo certas obrigações com seu senhor enquanto este vivesse. Ficava, então, na condição de agregado da família, morador ou criado.
Como os escravos não tinham sobrenome, assim continuavam quando libertos. Só após a abolição da escravidão, em 1888, é que foram obrigados a se registrarem e, nessa oportunidade, adotaram sobrenomes religiosos como Santos, Jesus, Nascimento, Espírito Santo etc.
Fonte
- SILVA, Maria Sângela de Sousa Santos. As Cartas de Alforria e de Compra e Venda de Escravos em Morada Nova.
Ver também
- Alforria
- Escravo
- Escravidão, escravismo ou escravatura
- Escravo de ganho, negro de ganho
- Escravo público
- Tigre, escravo tigreiro
- Pretos novos, cemitério dos
- Senzala
- Feitor de escravos, capataz
- Capitão do mato
- Ferro de marcar escravo
- Marca de escravo
- Gargalheira, colar de ferro
- Tronco (instrumento de castigo)
- Vira-mundo (instrumento de castigo)
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